O Brasil tem valores que a população só conhece ou reconhece quando algum estrangeiro mais esperto tenta se apropriar, aí sim, o brasileiro se mexe.
Já enfrentamos problemas com empresas de outros países que registraram nomes como cupuaçu e açaí, frutas típicas da região Norte. O seja, se estes produtos fossem comercializados em outras regiões do mundo, deveriam receber nome diferente ou os produtores brasileiros pagariam uma parte dos lucros aos "donos" dos nomes açaí e cupuaçu.
Pra quem não sabe, até a nossa rapadura quiseram nos tomar.
Segundo a Pesquisa de Orçamento Familiar, do IBGE, o brasileiro come em média 153 gramas de rapadura por ano, mais do que o consumo per capita de chocolate em tablete- 116 gramas. No Ceará, onde se vende até sorvete de rapadura, chega a 1,1 quilo por pessoa.
O doce tão consumido no Brasil, feito desde a época dos escravos que sofriam sob o sol nos canaviais, ganhou registro na Alemanha.
A empresa alemã Rapunzel Naturkost só retirou o registro da marca "rapadura", que havia feito, em 1989, nos Estados Unidos e na própria Alemanha depois de muita negociação entre o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o grupo interministerial de Propriedade Industrial e a Divisão de Propriedade Intelectual do MRE (Dipi). A saída foi a substituição pelo registro de forma composta "rapadura rapunzel".
E olha que a rapadura não é um item de peso na pauta de exportações do País. O Centro Internacional de Negócios (CIN) não possui dados específicos. Considerando o grupo dos confeitados que não levam cacau em sua composição, no qual se inclui a rapadura, as vendas ao exterior somaram US$ 18,4 milhões no primeiro semestre, de um total de US$ 11,370 bilhões.
Imaginem o que pode acontecer com produtos que os pesquisadores brasileiros ainda não tem ideia de sua propriedades medicinais, como tantas plantas da Amazônia?!
No passado, as riquesas, como ouro e pedras, eram levadas na marra, agora tudo é feito na surdina e ainda arrumam registro internacional. Afffff!!
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