Nós jornalistas, trabalhadores/as da comunicação e estudantes viemos manifestar nosso desagrado e indignação com os sucessivos episódios de desmandos no Sindicado dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) que culminaram com o escândalo de agressões, físicas e morais, entre os seus diretores, além de dois processos na Comissão de Ética.
Os últimos acontecimentos chocaram a categoria. O primeiro deles, uma carta aberta do presidente, democraticamente eleito, denunciando boicote da diretoria, pressão para a renúncia, assédio moral e até agressões físicas, registradas em Boletim de Ocorrência. O segundo foi um comunicado oficial da entidade denunciando o presidente à Comissão Ética, violando o preceito básico de sigilo dos processos que correm na mesma comissão. O agravante é que o denunciante é um dos membros da Comissão de Ética, ou seja, parte envolvida no caso. O terceiro, e mais surpreendente, é que a maioria da diretoria assina uma nota de repúdio contra o seu próprio presidente. Vale ressaltar que as duas comunicações da diretoria foram veiculadas por meio da lista de correio eletrônico e do sítio virtual do Sindjorce. Isso indica claramente o aparelhamento do sindicato para interesses específicos de um grupo dentro da entidade.
A partir deste fato, saímos em defesa da tradição democrática do Sindjorce, com seus quase 60 anos de luta e conquistas em prol dos jornalistas cearenses. Respeitamos os mandatos eleitos por voto direto, mas acreditamos que é necessária, neste momento, uma mudança de postura diante dos fatos. O Sindicato, como nossa entidade representativa, precisa ser moralizado sob pena de perdermos todo seu capital simbólico construído ao longo dos anos e a única instância consolidada em defesa dos nossos direitos.
Diante do exposto, a categoria exige:
- Que haja a abertura de um processo de discussão democrática e transparente com todos os jornalistas sobre a crise que se instalou na diretoria da entidade.
- Que sejam dados esclarecimentos da real situação de gestão do Sindicato, incluindo prestações de contas, possibilidade real da administração dos recursos da entidade e de convivência cidadã entre os diretores.
- Que se mantenha o respeito ao mandato e à pessoa do Presidente eleito democraticamente.
- Que cessem as acusações públicas e privadas entre os membros da diretoria, até que a Comissão de Ética emita seu parecer sobre os dois processos.
- Que a Comissão de Ética julgue com isenção e lisura os casos apresentados.
Estamos vigilantes e atentos ao processo iniciado dentro do Sindjorce, na certeza de que é possível construir uma entidade reconciliada com seu passado de lutas e resgatar a relação harmoniosa com toda a categoria.
Fortaleza, 20 de maio de 2011
- Ana Alice Nogueira
- Adriana Saboya
- Adriana Santiago
- Armando Lima
- Aurimar Monteiro
- Benedito Teixeira
- Bianca Felippsen
- Dalviane Pires
- Emilio Moreno
- Livino Neto
- Janayde Gonçalves
- Joana D'arc Dutra
- Joana Maia
- Julia Lopes
- Maisa Vasconcelos
- Mara Cristina Castro
- Marco da Escóssia
- Marcos Saudade
- Natasha Holanda
- Patricia Karam
- Helena Martins
- PARTICIPE do abaixo-assinado dos jornalistas cearenses pela moralização do Sindjorce http://bit.ly/mjPzWU
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