segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

PRAGA DA DANÇA

Em julho de 1518, a cidade francesa de Estrasburgo, na Alsácia viveu um carnaval nada feliz. Uma mulher, Frau Troffea (dona Troffea), começou a dançar em uma viela e só parou quatro a seis dias depois, quando seu exemplo já era seguido por mais de 30 pessoas.
A febre da dança completou um mês, havia uns 400 alsacianos rodopiando e pulando sem parar debaixo do Sol de verão do Hemisfério Norte.
Lá para setembro, a maioria havia morrido de ataque cardíaco, derrame cerebral, exaustão ou pura e simplesmente por causa do calor.
Diz a lenda que se tratava de um bloco carnavaleso involuntário: na realidade ninguém queria dançar, mas ninguém conseguia parar.
Os enlutados que sobraram ficaram perplexos para o resto da vida.

Há várias teses para explicar o fato:

-Um historiador John Waller lançou um livro chamado: “A Time to Dance, A Time to Die: The Extraordinary Story of the Dancing Plague of 1518” e reuniu anotações de médicos, sermões, crônicas locais e atas do conselho de Estrasburgo e garante que a causa foi uma intoxicação por pão embolorado que desencadeou convulsões violentas e alucinações, mas não movimentos coordenados que duraram dias.

-Para Eugene Backman, no livro "Religious Dances in the Christian Church and in Popular Medicine" o que provocou o problema foi que a população comeu um tipo de fungo (Ergot fungi), um mofo que cresce nos talos úmidos de centeio, e ficaram doidões.

-E o sociólogo Robert Bartholomew propôs a teoria de que o povo estava na verdade cumprindo o ritual de uma seita herética.


O historiador Waller ainda relata que há evidência de que os dançarinos não queriam dançar, expressavam medo e desespero, segundo os relatos antigos e o contexto de miséria humana que precedeu o carnaval sinistro: doenças como sífilis, varíola e hanseníase, fome pela perda de colheitas e mendicância generalizada.


Se estes pesquisadores, sociólogos, historiadores passassem pelo Brasil nesta época o que diriam???


Fonte: site G1, Discovery News

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